Governo de SP pretende ao menos dobrar número de psicólogos em escolas. O governo de São Paulo promete quase dobrar até o fim deste ano o número de psicólogos que atuam nas escolas estaduais pelo programa Conviva, criado em 2019 para reduzir casos de violência e melhorar o ambiente escolar. O programa tem enfrentado limitações. Na prática, um único psicólogo pode ser responsável por até oito unidades, o equivalente a cerca de 5 mil estudantes, o que deixa muitos alunos sem acesso ao atendimento. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 SP no WhatsApp Atualmente, 689 psicólogos atendem às mais de 5 mil escolas da rede estadual. Especialistas afirmam que a ampliação é necessária para o atendimento ser mais efetivo e chegar a um número maior de estudantes. Até o fim do ano, a Secretaria da Educação afirmou à TV Globo que deve contar com cerca de mil profissionais. O secretário-executivo da Educação, Vinícius Neiva, admite que o programa precisa de ajustes e afirma que o número de profissionais será praticamente dobrado até o fim do ano, chegando a quase mil psicólogos. “A gente vai diminuir o número de escolas que cada psicólogo tem que acompanhar na medida em que está inserindo quase 300 novos profissionais. Isso significa dobrar o número desde 2023”, disse. Há mais de quatro meses, o estudante Luckas Assalin Fernandes, de 16 anos, não vê nenhum psicólogo na escola estadual em que estuda, na Zona Leste da capital. Após sete anos na mesma unidade, ele se animou com a chegada desses profissionais, mas a experiência durou pouco. “No início do ano, teve esse acompanhamento com psicólogos, mas foi uma coisa que foi sumindo", afirma o aluno. "Hoje em dia a gente não ouve nem falar. Eu não sei nem quem é essa psicóloga, e nunca tive um atendimento com ela.” Segundo o Censo Escolar 2023, apenas um quarto das escolas estaduais paulistas conta com apoio psicológico. Apesar de ser o estado mais rico do país, São Paulo ocupa apenas a quinta posição em número de psicólogos na rede estadual. O programa Conviva, de melhoria da convivência e proteção escolar, foi lançado em 2019, meses depois de um ataque à Escola Raul Brasil, em Suzano, e reforçado em 2023, após o assassinato da professora Elisabete Terneiro, de 71 anos, dentro de uma sala de aula na Vila Sônia, Zona Oeste da capital. Um profissional chega a atender oito escolas. Reprodução/TV Globo Críticas e sobrecarga Psicólogos ouvidos pela TV Globo, que preferiram não se identificar, afirmam que estão sobrecarregados e não conseguem dar a atenção necessária a todos os alunos. Eles relatam que não recebem informações específicas sobre cada escola e acabam sem saber quais prioridades precisam tratar. O deputado Paulo Fiorilo (PT) enviou uma representação ao Tribunal de Contas pedindo uma fiscalização do serviço para apurar sua efetividade e as denúncias das psicólogas ouvidas pela TV Globo. O TCE já sinalizou que deve realizar a fiscalização, a exemplo das blitze que faz em estabelecimentos públicos para constatar problemas de infraestrutura. O processo está a cargo do conselheiro Marco Bertaiolli, que deve providenciar as diligências. Um levantamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE), feito com base em notificações de casos de violência registradas em um aplicativo ligado ao programa, revelou que os casos de bullying e consumo de álcool e cigarro quase dobraram entre 2022 e 2024. Já o uso de drogas ilícitas teve aumento superior a 120% no mesmo período. O TCE acompanha os gastos e a efetividade do programa e recomendou sua ampliação. “É uma ação que permite uma correção de rota. Não estamos aqui para oprimir, mas para contribuir com o desenvolvimento das políticas sociais do estado”, disse Germano Fraga Lima, diretor-geral do órgão. Escola em SP alvo de ataque a faca está sem psicólogos 5 meses após atentado; governo prometeu apoio
Governo de SP promete ampliar número de psicólogos em escolas até dezembro
Escrito em 20/08/2025
Governo de SP pretende ao menos dobrar número de psicólogos em escolas. O governo de São Paulo promete quase dobrar até o fim deste ano o número de psicólogos que atuam nas escolas estaduais pelo programa Conviva, criado em 2019 para reduzir casos de violência e melhorar o ambiente escolar. O programa tem enfrentado limitações. Na prática, um único psicólogo pode ser responsável por até oito unidades, o equivalente a cerca de 5 mil estudantes, o que deixa muitos alunos sem acesso ao atendimento. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 SP no WhatsApp Atualmente, 689 psicólogos atendem às mais de 5 mil escolas da rede estadual. Especialistas afirmam que a ampliação é necessária para o atendimento ser mais efetivo e chegar a um número maior de estudantes. Até o fim do ano, a Secretaria da Educação afirmou à TV Globo que deve contar com cerca de mil profissionais. O secretário-executivo da Educação, Vinícius Neiva, admite que o programa precisa de ajustes e afirma que o número de profissionais será praticamente dobrado até o fim do ano, chegando a quase mil psicólogos. “A gente vai diminuir o número de escolas que cada psicólogo tem que acompanhar na medida em que está inserindo quase 300 novos profissionais. Isso significa dobrar o número desde 2023”, disse. Há mais de quatro meses, o estudante Luckas Assalin Fernandes, de 16 anos, não vê nenhum psicólogo na escola estadual em que estuda, na Zona Leste da capital. Após sete anos na mesma unidade, ele se animou com a chegada desses profissionais, mas a experiência durou pouco. “No início do ano, teve esse acompanhamento com psicólogos, mas foi uma coisa que foi sumindo", afirma o aluno. "Hoje em dia a gente não ouve nem falar. Eu não sei nem quem é essa psicóloga, e nunca tive um atendimento com ela.” Segundo o Censo Escolar 2023, apenas um quarto das escolas estaduais paulistas conta com apoio psicológico. Apesar de ser o estado mais rico do país, São Paulo ocupa apenas a quinta posição em número de psicólogos na rede estadual. O programa Conviva, de melhoria da convivência e proteção escolar, foi lançado em 2019, meses depois de um ataque à Escola Raul Brasil, em Suzano, e reforçado em 2023, após o assassinato da professora Elisabete Terneiro, de 71 anos, dentro de uma sala de aula na Vila Sônia, Zona Oeste da capital. Um profissional chega a atender oito escolas. Reprodução/TV Globo Críticas e sobrecarga Psicólogos ouvidos pela TV Globo, que preferiram não se identificar, afirmam que estão sobrecarregados e não conseguem dar a atenção necessária a todos os alunos. Eles relatam que não recebem informações específicas sobre cada escola e acabam sem saber quais prioridades precisam tratar. O deputado Paulo Fiorilo (PT) enviou uma representação ao Tribunal de Contas pedindo uma fiscalização do serviço para apurar sua efetividade e as denúncias das psicólogas ouvidas pela TV Globo. O TCE já sinalizou que deve realizar a fiscalização, a exemplo das blitze que faz em estabelecimentos públicos para constatar problemas de infraestrutura. O processo está a cargo do conselheiro Marco Bertaiolli, que deve providenciar as diligências. Um levantamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE), feito com base em notificações de casos de violência registradas em um aplicativo ligado ao programa, revelou que os casos de bullying e consumo de álcool e cigarro quase dobraram entre 2022 e 2024. Já o uso de drogas ilícitas teve aumento superior a 120% no mesmo período. O TCE acompanha os gastos e a efetividade do programa e recomendou sua ampliação. “É uma ação que permite uma correção de rota. Não estamos aqui para oprimir, mas para contribuir com o desenvolvimento das políticas sociais do estado”, disse Germano Fraga Lima, diretor-geral do órgão. Escola em SP alvo de ataque a faca está sem psicólogos 5 meses após atentado; governo prometeu apoio