Rombo bilionário de estatais pressiona contas públicas O subprocurador-geral do Ministério Público (MP) junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado, pediu que a Corte monitore a situação financeira da Eletronuclear e a execução do projeto da usina nuclear de Angra 3, localizada no Rio de Janeiro. ⏳ As obras da usina nuclear estão paradas desde 2015. Furtado defende que o acompanhamento é essencial "não apenas para evitar o desperdício de recursos", mas para assegurar que a gestão da obra esteja alinhada com "os interesses estratégicos do país". O pedido ocorre após uma matéria do Jornal Nacional mostrar como o rombo financeiro nas estatais pressiona as contas públicas (veja no vídeo acima). No mês passado, a Eletronuclear pediu aporte de R$1,4 bilhõe ao governo. A empresa controla o complexo das usinas Angra 1 e Angra 2 e mantém a estrutura de Angra 3 – obra parada há dez anos. Segundo especialistas ouvidos pelo Jornal Nacional, a obra é a fonte do problema de caixa da empresa. Usina Angra 3, no Rio de Janeiro Eletronuclear 💵 Só a manutenção dos equipamentos e dessa estrutura de futuro indefinido custa R$ 1 bilhão por ano. Estudos feitos pelo BNDES mostram que a conclusão de Angra 3 custaria cerca de R$ 24 bilhões. Nessa altura da obra, abandonar o projeto demandaria investimentos de R$ 22 bilhões a R$ 26 bilhões. Na representação, o representante do MP no TCU também solicita: Avaliação da viabilidade de reestruturação da Eletronuclear, considerando as alternativas apresentadas por especialistas, incluindo a possibilidade de parcerias público-privadas ou outras formas de captação de recursos para viabilizar a conclusão do projeto; Determinar que a União, por meio do Ministério das Minas e Energia e do Ministério da Fazenda, adote medidas concretas para a conclusão do projeto da usina nuclear Angra 3; Adoção de medidas para responsabilizar os gestores públicos e privados que, por ação ou omissão, contribuíram para a paralisação prolongada da obra de Angra 3 e para o desperdício de recursos públicos. A Eletronuclear é só uma das nove empresas estatais em risco financeiro, segundo o próprio Ministério da Fazenda. O Relatório de Riscos Fiscais da União de 2025 faz uma lista das empresas que, por diversas razões, podem vir a precisar de aportes de recursos, agravando o déficit das contas públicas. Além da Eletronuclear, o relatório aponta sinais preocupantes na Casa da Moeda, na Infraero e nas companhias docas de cinco estados: Pará, Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia e Rio de Janeiro.
Ministério Público pede ao TCU pede que acompanhe a situação financeira da Eletronuclear
Escrito em 27/11/2025
Rombo bilionário de estatais pressiona contas públicas O subprocurador-geral do Ministério Público (MP) junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado, pediu que a Corte monitore a situação financeira da Eletronuclear e a execução do projeto da usina nuclear de Angra 3, localizada no Rio de Janeiro. ⏳ As obras da usina nuclear estão paradas desde 2015. Furtado defende que o acompanhamento é essencial "não apenas para evitar o desperdício de recursos", mas para assegurar que a gestão da obra esteja alinhada com "os interesses estratégicos do país". O pedido ocorre após uma matéria do Jornal Nacional mostrar como o rombo financeiro nas estatais pressiona as contas públicas (veja no vídeo acima). No mês passado, a Eletronuclear pediu aporte de R$1,4 bilhõe ao governo. A empresa controla o complexo das usinas Angra 1 e Angra 2 e mantém a estrutura de Angra 3 – obra parada há dez anos. Segundo especialistas ouvidos pelo Jornal Nacional, a obra é a fonte do problema de caixa da empresa. Usina Angra 3, no Rio de Janeiro Eletronuclear 💵 Só a manutenção dos equipamentos e dessa estrutura de futuro indefinido custa R$ 1 bilhão por ano. Estudos feitos pelo BNDES mostram que a conclusão de Angra 3 custaria cerca de R$ 24 bilhões. Nessa altura da obra, abandonar o projeto demandaria investimentos de R$ 22 bilhões a R$ 26 bilhões. Na representação, o representante do MP no TCU também solicita: Avaliação da viabilidade de reestruturação da Eletronuclear, considerando as alternativas apresentadas por especialistas, incluindo a possibilidade de parcerias público-privadas ou outras formas de captação de recursos para viabilizar a conclusão do projeto; Determinar que a União, por meio do Ministério das Minas e Energia e do Ministério da Fazenda, adote medidas concretas para a conclusão do projeto da usina nuclear Angra 3; Adoção de medidas para responsabilizar os gestores públicos e privados que, por ação ou omissão, contribuíram para a paralisação prolongada da obra de Angra 3 e para o desperdício de recursos públicos. A Eletronuclear é só uma das nove empresas estatais em risco financeiro, segundo o próprio Ministério da Fazenda. O Relatório de Riscos Fiscais da União de 2025 faz uma lista das empresas que, por diversas razões, podem vir a precisar de aportes de recursos, agravando o déficit das contas públicas. Além da Eletronuclear, o relatório aponta sinais preocupantes na Casa da Moeda, na Infraero e nas companhias docas de cinco estados: Pará, Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia e Rio de Janeiro.

