Pais dão versões contraditórias sobre morte de bebê de 3 meses no litoral de SP

Escrito em 07/12/2025


Bebê de três meses foi encontrado morto em São Vicente (SP) Polícia Civil Os pais investigados pela morte de um bebê de três meses em São Vicente, no litoral de São Paulo, deram versões contraditórias em depoimento à Polícia Civil. O g1 teve acesso às declarações prestadas pelo casal e identificou divergências nos relatos (confira abaixo). A criança foi encontrada morta às 6h42 da sexta-feira (5), após policiais militares e uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) serem acionados para atender uma ocorrência na Favela do Charms, no bairro Jockey Clube. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. Segundo a Polícia Civil, o laudo necroscópico do Instituto Médico Legal (IML) será fundamental para confirmar a causa da morte e definir a linha de investigação. Até o momento, ninguém foi preso. Veja os vídeos que estão em alta no g1 O que disse a mãe: ➡️Ela tem 20 anos, é autônoma e alegou que foi o marido quem dormiu com o braço sobre o bebê. Estava bebendo com o companheiro desde o final da manhã, inclusive carregando o bebê enquanto consumia álcool. Subiu para amamentar e arrumar roupas por volta das 22h e afirma ter colocado o bebê no berço apenas por volta das 2h30. Disse que ouviu o bebê chorar e viu o companheiro na cama; ao voltar do andar de baixo encontrou o pai com o braço sobre o rosto do bebê, chamando sua atenção. Afirmou ter amamentado novamente, trocado o bebê e o colocado na cama entre os dois. Disse que o companheiro é alcoólatra, dorme embriagado com frequência e que o bebê costuma dormir junto ao casal. Pela manhã, estranhou que o filho não havia mamado no horário de sempre; ao pegá-lo, percebeu que estava roxo e frio, virado para o lado dela. Pediu ajuda imediatamente, e a vizinha acionou o Samu. O que disse o pai: ➡️ Ele tem 38 anos e é encanador. O homem afirmou que a esposa teria dormido sobre o filho, que estava deitado entre o casal na cama. Ainda segundo ele, o menino só era tirado do berço no momento da amamentação. Confirmou que estava bebendo desde o período da manhã e que a companheira e o bebê se juntaram a ele na adega. Disse que, por volta da meia-noite, a companheira subiu para amamentar e trocar o bebê. Afirmou que subiu ao quarto por volta de 1h, encontrou a companheira deitada com o filho ao lado e simplesmente se deitou e dormiu. Disse que sempre acorda às 5h para trabalhar, mas nessa madrugada foi acordado antes pela companheira desesperada com o filho no colo. Alegou que, quando foi despertado, estava deitado de lado, virado para o lado oposto ao da companheira e do bebê. Disse que apenas percebeu a gravidade da situação ao ser acordado pela mãe do filho informando que o bebê estava roxo e frio. 6 contradições entre os pais: Horário que a mãe subiu pro quarto Mãe disse: 22h Pai disse: 00h 👉 Diferença de 2 horas. Onde o bebê estava quando o pai subiu Mãe disse: No berço, só foi pra cama depois das 02h30. Pai disse: Já estava na cama ao lado dela às 01h. 👉 Versões opostas. Quem colocou o bebê na cama Mãe disse: Ela, depois do choro e amamentação. Pai disse: Já encontrou o bebê na cama. 👉 Cronologia não bate. Posição do pai ao dormir Mãe disse: Ele virou pro lado do bebê e até colocou o braço sobre o rosto da criança. Pai disse: Estava virado pro lado oposto. 👉 Totalmente contraditório. Quem percebeu o bebê sem vida Mãe disse: Ela encontrou o bebê roxo e o companheiro estava virado pra eles. Pai disse: Só acordou quando a companheira o chamou e disse que estava de costas. 👉 Versões incompatíveis. Embriaguez Mãe disse: O companheiro estava bêbado e é alcoólatra. Pai disse: Negou e disse que dormiu normalmente. 👉 Divergência direta. Entenda o caso De acordo com o boletim de ocorrência (BO), o médico que atendeu a ocorrência classificou o caso como morte violenta decorrente de uma possível asfixia. O profissional de saúde também constatou que o bebê estava com manchas roxas nos braços e nas pernas. Diante da situação, os pais do bebê foram conduzidos à delegacia para prestar esclarecimentos. Eles contaram aos policiais que consumiram bebidas alcoólicas na noite de quinta-feira (4), mas apresentaram versões contraditórias na continuação dos fatos: O caso foi registrado como homicídio no 2º Distrito Policial (DP) de São Vicente. No entanto, a autoridade policial afirmou aguardar o laudo do Instituto Médico Legal (IML) para uma melhor tipificação da ocorrência. Conforme relatado no BO, a corporação destacou a necessidade de saber se houve asfixia ou engasgo durante a amamentação. Além disso, os exames necroscópicos devem constatar se as manchas roxas foram causadas por agressão ou coagulação após a morte. VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos