'Esse é o ano de virada para o pop amazônico e o tecnomelody vai chegar no Brasil como o funk e o sertanejo', celebra Viviane Batidão

Escrito em 04/12/2025


Parte 1: Viviane Batidão em entrevista exclusiva ao g1 Viviane Batidão celebra “um ano de virada para o pop amazônico”. Aos 26 anos de carreira, a cantora paraense diz viver o auge da trajetória, em uma fase marcada pelo lançamento do primeiro álbum de estúdio, por feats com grandes nomes da música brasileira e por uma exposição inédita da música da Amazônia no país. “Estou no auge. Quero que o Brasil conheça o que a gente faz na Amazônia. O Brasil está conhecendo o Brasil”, comemora, em entrevista ao g1. Reconhecida como um dos principais nomes do tecnomelody no Brasil, Viviane vê o ritmo sair das aparelhagens e dos bailes do Norte para ganhar projeção nacional. “Eu acredito muito que o tecnomelody vai chegar no Brasil como o funk e o sertanejo chegaram. A gente já tem uma história muito longa aqui. Quando o Brasil conhecer de verdade o que a gente faz, vai se apaixonar. A música da Amazônia é pop, é potente e é nossa”, resume. Festival PSICA: Viviane Batidão Divulgação / Festival Psica Com feats em grandes projetos, entre eles, a parceria com Anitta, um álbum que apresenta o tecnomelody em sua forma mais genuína e shows em festivais que colocam a Amazônia no mapa da cultura brasileira, Viviane Batidão comemora o momento. Essa nova fase será apresentada no Festival Psica, que acontece de 12 a 14 de dezembro, em Belém, onde ela promete um show histórico no lançamento do novo disco. “Esse é o auge da minha carreira, e o Norte inteiro está vindo junto. O Brasil está conhecendo o Brasil. E eu quero estar no palco quando essa porta abrir de vez.” Parte 2: Viviane Batidão em entrevista exclusiva ao g1 Novo disco De Santa Izabel para o mundo, ela tem levado a música produzida nas periferias do Norte para festivais internacionais, premiações e palcos históricos. O ano foi marcado por conquistas inéditas. Viviane venceu se apresentou no Global Citizen, participou dos Ensaios da Anitta e lançou seu primeiro álbum de estúdio, “É Sal”, que ela define como “um novo ciclo”. O disco reúne nove faixas que integram tecnomelody, elementos do rock doido e uma estética profundamente ligada à cultura do Pará, com participações de Pocah, Priscilla Senna, Suanny Batidão e Japinha. “Esse trabalho é majoritariamente em tecnomelody, é a nossa sonoridade genuína. A diferença é que agora o Brasil está pronto para ouvir”, afirma. Álbum 'É Sal', da cantora Viviane Batidão Alle Peixoto Entre as inéditas, “Mulher Gostosa”, com Pocah, virou uma das músicas mais comentadas da carreira. “É uma música sobre autoconfiança, sobre mulher periférica que não se encolhe. Eu e Pocah temos histórias muito parecidas em relação à origem. Juntar essas narrativas num som foi especial demais”, conta. Já faixas como “Só no Pará” reafirmam o orgulho de cantar o Norte: “É um som que fala da floresta, do nosso povo, de quem a gente é. Eu faço questão de lembrar que a Amazônia também é pop”, diz Viviane. Parte 3: Viviane Batidão em entrevista exclusiva ao g1 Viviane no auge O reconhecimento abriu portas para feats que ela descreve como “dos sonhos”. No auge da carreira, Viviane se prepara para lançar uma colaboração com Anitta, após dividir com a artista o palco da COP30 e do Global Citizen. “Esse feat com a Anitta é o feat dos meus sonhos, de verdade. Eu acompanho a trajetória dela desde o início, sei tudo o que ela enfrentou. Estar ao lado dela agora, nesse momento gigante da carreira dela, é surreal. Eu até brinco: ‘deixa eu me beliscar pra ver se é verdade’”, resume. Para ela, essa aproximação com grandes nomes do pop nacional é resultado direto da persistência da cena amazônica. “Tudo isso está acontecendo por muito trabalho, resistência e luta. A gente sempre viveu bem aqui na nossa região, com nosso jeito próprio de fazer música. O que a gente queria era que o Brasil pudesse conhecer o que fazemos. Agora isso está acontecendo.” A expansão também passa por novas linguagens dentro do brega. Viviane é uma das vozes que ajudaram a levar o rock doido dos bailes e aparelhagens para os palcos de festival. “Quando eu criei o Rock da Rainha, lá no começo, muita gente torceu o nariz. Alguns contratantes diziam que não queriam rock doido no show. Mas eu insisti, porque via a reação do público. O Rock da Rainha foi um fenômeno e abriu caminho para esse momento”, lembra. “Hoje, Gaby, eu, outras artistas, estamos puxando essa frente. Mas ainda tem muita gente boa para o Brasil conhecer.” Viviane Batidão: diva do tecnobrega brilha na pirotecnia da aparelhagem Psica 2023/Vitória Leona O que vem por aí: Psica e encontro com Anitta Em dezembro, esse ciclo ganha um capítulo especial no Festival Psica, onde Viviane fará um dos shows mais aguardados da edição. A apresentação será no dia gratuito do festival, na Cidade Velha, em Belém, ocupando o centro histórico com tecnomelody, brega e rock doido. “Eu tenho uma história com o Psica. É um dos maiores festivais do Norte, acolhe todas as tribos, todos os sons. Eu sei o tamanho desse palco”, diz. “Podem ter certeza que vou levar muita energia, muito tecnomelody e muito amor. Vai ser um dos maiores shows da minha carreira.” Enquanto prepara o repertório para o Psica, Viviane ajusta os últimos detalhes do feat com Anitta, previsto para o próximo lançamento da artista. Para ela, esse movimento simboliza uma virada definitiva na percepção do país sobre a música da Amazônia. “Eu não gosto de dizer que o Pará está na moda, porque moda passa. O que eu sinto é que o Brasil está descobrindo um estado potente, com música boa, culinária, moda, dança. A gente sempre existiu. Agora estão enxergando”, afirma. VÍDEO: veja todas as notícias do Pará