Tornozeleira impediria Bolsonaro de chegar perto de embaixadas

Escrito em 23/11/2025


Veja como ficou tornozeleira de Bolsonaro; ex-presidente admite que usou ferro de solda A tornozeleira eletrônica usada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro foi calibrada para mandar alerta caso ele chegasse perto das embaixadas e dos consulados estrangeiros, que ficam na região da Asa Sul, em Brasília. A proibição de se aproximar do local e de manter contatos com embaixadores e autoridades estrangeiras estava na decisão de julho do ministro Alexandre de Moraes, que mencionou o risco de fuga para determinar medidas cautelares. O blog apurou que, após 1h da madrugada, quando as autoridades já tinham substituído o equipamento violado por volta da meia-noite, a nova tornozeleira emitiu mais dois alertas - quando o ex-presidente deixava sua casa, às 6h20, e cerca de dez minutos depois, quando passou próximo da região das embaixadas em Brasília. Tornozeleira de Bolsonaro com avarias Reprodução / PF Isso aconteceu porque a residência de Bolsonaro é considerada uma zona de inclusão — ou seja, o perímetro onde ele devia permanecer. Já a região das embaixadas e consulados foi classificada como zona de exclusão, de onde ele não devia se aproximar. Apesar dos disparos, as notificações não foram consideradas violações, segundo apurou o blog. Os deslocamentos foram realizados sob escolta da Polícia Federal. Bolsonaro saiu de casa e passou pela região das embaixadas porque estava sendo conduzido para a delegacia, onde está cumprindo prisão preventiva. Por que as embaixadas são zonas de exclusão Na decisão deste sábado, que determinou a prisão preventiva, Moraes relembrou que Bolsonaro planejou fugir para a embaixada da Argentina, onde pretendia pedir asilo político quando ainda estava sendo investigado no processo da trama golpista. "Importante destacar, ainda, que o condomínio do réu está localizado a cerca de 13 km (treze quilômetros) do Setor de Embaixadas Sul de Brasília/DF, onde fica localizada a embaixada dos Estados Unidos da América, em uma distância que pode ser percorrida em cerca de 15 (quinze) minutos de carro", diz a decisão de Moraes. Para o ministro, essa proximidade reforçava o risco de que Bolsonaro tentasse reproduzir a estratégia de fuga por meio de uma embaixada aliada. Além disso, Moraes citou o precedente de aliados do ex-presidente, Alexandre Ramagem, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro, que deixaram o país para tentar escapar de decisões judiciais.