Cúpula do G20 defende combate à desigualdade e mudanças climáticas O grupo das maiores economias do mundo aprovou uma declaração sobre o combate às mudanças climáticas e à desigualdade. O gesto contraria interesses dos americanos - ausentes do encontro. É o que mostram os enviados especiais a Joanesburgo Murilo Salviano, Ross Salinas e Natalie Reinoso. A primeira plenária do G20 discutiu crescimento com inclusão social e trouxe como pauta a renegociação da dívida pública de nações mais pobres. O presidente Lula afirmou que o endividamento dos países do Sul Global é economicamente insustentável: "O Brasil apoia a proposta da África do Sul de criação de um Painel Independente sobre Desigualdade. Essa iniciativa será fundamental para recolocar nos trilhos a implementação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”. O primeiro G20 no continente africano é também o primeiro a adotar uma declaração na ausência de uma comitiva completa. E não é qualquer uma. Os Estados Unidos boicotaram a agenda desse encontro por ordens de Donald Trump. A decisão sul-africana de publicar um documento, mesmo sem um consenso integral, contou com o apoio de outros países que foram para Joanesburgo - entre eles, o Brasil. O texto aprovado defende o multilateralismo e propõe um financiamento para lidar com as consequências dos desastres naturais causados pelas mudanças climáticas. Temas que desagradam ao presidente americano. Como inovação, o documento trouxe diretrizes para exploração de minerais raros - que estão na mira de gigantes como Estados Unidos e China. O G20 pediu que a exploração do recurso respeite as regras do comércio internacional e beneficie os países produtores. Sem presença dos EUA, G20 aprova declaração contra mudanças climáticas e desigualdade Jornal Nacional/ Reprodução A cisão do bloco levantou questionamentos sobre o próprio funcionamento do G20 como espaço de cooperação global. O presidente da França, Emmanuel Macron, alertou que a Cúpula está em risco, e que ela pode estar chegando ao fim de um ciclo. Friedrich Merz, primeiro-ministro da Alemanha, declarou que o maior desafio do G20 é acabar com a guerra na Ucrânia. Mas o conflito foi citado vagamente no documento final. Durante a tarde, o premiê alemão teve uma reunião bilateral com o presidente Lula. Depois de participar da COP em Belém, Merz disse que os jornalistas alemães ficaram felizes por terem retornado à Alemanha, especialmente daquele lugar onde estavam. Neste sábado (22), Merz não respondeu quando foi perguntado sobre as declarações dele. Aos jornalistas alemães, o primeiro-ministro disse que não quis ofender os brasileiros. Mais tarde, em uma rede social, Merz escreveu: "Na próxima vez em Belém, vou explorar mais. Desde passos de dança até comida local e a floresta tropical”. LEIA TAMBÉM Na África, Lula diz que 'semente foi plantada na COP30' e que G20 deve liderar transição energética No G20, Lula diz que problemas da América Latina não serão resolvidos com o uso da força
Sem presença dos EUA, G20 aprova declaração contra mudanças climáticas e desigualdade
Escrito em 23/11/2025
Cúpula do G20 defende combate à desigualdade e mudanças climáticas O grupo das maiores economias do mundo aprovou uma declaração sobre o combate às mudanças climáticas e à desigualdade. O gesto contraria interesses dos americanos - ausentes do encontro. É o que mostram os enviados especiais a Joanesburgo Murilo Salviano, Ross Salinas e Natalie Reinoso. A primeira plenária do G20 discutiu crescimento com inclusão social e trouxe como pauta a renegociação da dívida pública de nações mais pobres. O presidente Lula afirmou que o endividamento dos países do Sul Global é economicamente insustentável: "O Brasil apoia a proposta da África do Sul de criação de um Painel Independente sobre Desigualdade. Essa iniciativa será fundamental para recolocar nos trilhos a implementação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”. O primeiro G20 no continente africano é também o primeiro a adotar uma declaração na ausência de uma comitiva completa. E não é qualquer uma. Os Estados Unidos boicotaram a agenda desse encontro por ordens de Donald Trump. A decisão sul-africana de publicar um documento, mesmo sem um consenso integral, contou com o apoio de outros países que foram para Joanesburgo - entre eles, o Brasil. O texto aprovado defende o multilateralismo e propõe um financiamento para lidar com as consequências dos desastres naturais causados pelas mudanças climáticas. Temas que desagradam ao presidente americano. Como inovação, o documento trouxe diretrizes para exploração de minerais raros - que estão na mira de gigantes como Estados Unidos e China. O G20 pediu que a exploração do recurso respeite as regras do comércio internacional e beneficie os países produtores. Sem presença dos EUA, G20 aprova declaração contra mudanças climáticas e desigualdade Jornal Nacional/ Reprodução A cisão do bloco levantou questionamentos sobre o próprio funcionamento do G20 como espaço de cooperação global. O presidente da França, Emmanuel Macron, alertou que a Cúpula está em risco, e que ela pode estar chegando ao fim de um ciclo. Friedrich Merz, primeiro-ministro da Alemanha, declarou que o maior desafio do G20 é acabar com a guerra na Ucrânia. Mas o conflito foi citado vagamente no documento final. Durante a tarde, o premiê alemão teve uma reunião bilateral com o presidente Lula. Depois de participar da COP em Belém, Merz disse que os jornalistas alemães ficaram felizes por terem retornado à Alemanha, especialmente daquele lugar onde estavam. Neste sábado (22), Merz não respondeu quando foi perguntado sobre as declarações dele. Aos jornalistas alemães, o primeiro-ministro disse que não quis ofender os brasileiros. Mais tarde, em uma rede social, Merz escreveu: "Na próxima vez em Belém, vou explorar mais. Desde passos de dança até comida local e a floresta tropical”. LEIA TAMBÉM Na África, Lula diz que 'semente foi plantada na COP30' e que G20 deve liderar transição energética No G20, Lula diz que problemas da América Latina não serão resolvidos com o uso da força

