Em Hong Kong, um incêndio de grandes proporções atingiu um conjunto de prédios gigantes; 44 pessoas morreram, quase 300 estão desaparecidas. As chamas se espalharam muito depressa. Sete prédios do condomínio pegaram fogo. Cada edifício tem 31 andares. Ao longo do dia, imagens mostraram o drama vivido pelos moradores. Uma das vítimas foi um bombeiro que trabalhava no resgate. Eram mais de 700 lutando contra as chamas. Dois meses atrás, a equipe da Globo foi a Hong Kong para gravar uma reportagem especial para o Fantástico sobre a crise de moradia que eles enfrentam. “Hong está empilhando as pessoas. É uma densidade vertical única no mundo”, disse o correspondente Rodrigo Carvalho na reportagem para o Fantástico em 19 de outubro. Não há outro lugar no planeta com tantos arranha-céus. A gente viu de perto o aproveitamento máximo de cada espaço. Os próprios moradores criaram um nome para essas micromoradias: apartamentos-caixão. “Para muitas pessoas aqui em Hong Kong, isso aqui é uma casa. Não sou claustrofóbico, mas está horrível a sensação aqui dentro”, conta o correspondente Rodrigo Carvalho. Espaços minúsculos. Condições muito ruins. A crise se dá na soma de precarização do trabalho e especulação imobiliária. Uma mulher que morava em um dos prédios que pegaram fogo nesta quarta-feira (26) disse que não tem para onde ir. O incêndio foi em edifícios com quase 2 mil apartamentos; 4,6 mil moradores no total. E tem um detalhe fundamental nessa história, que talvez você já tenha reparado: os andaimes em Hong Kong são de bambu. Os prédios que pegaram fogo estavam em reforma. Também por isso, o fogo pode ter se alastrado tão rápido. Usar bambu é técnica antiga. Material flexível, importante em uma região com tufões, como o Ragasa, que atingiu a região no final de setembro. Por outro lado, os bambus espalham o fogo rapidamente. Hong Kong é um dos últimos lugares do mundo que ainda permitem o uso de andaimes de bambu. As autoridades abriram uma investigação para entender o que provocou o fogo. Região semiautônoma da China, Hong Kong não via um incêndio desse tamanho, de nível cinco, o mais grave, há quase 20 anos. Na noite desta quarta-feira (26), a polícia de Hong Kong prendeu três pessoas suspeitas de terem provocado o incêndio acidentalmente. Incêndio em conjunto de arranha-céus deixa quase 300 pessoas desaparecidas em Hong Kong; número de mortos ultrapassa 40 Reprodução/TV Globo LEIA TAMBÉM VÍDEO: Incêndio atinge complexo de arranha-céus em Hong Kong e mata 36 'Hong Kong empilha pessoas': entenda densidade extrema e recorde global de arranha-céus, como o que causou tragédia Veja FOTOS e VÍDEOS do incêndio que atingiu condomínio de arranha-céus em Hong Kong
Incêndio em conjunto de arranha-céus deixa quase 300 pessoas desaparecidas em Hong Kong; número de mortos ultrapassa 40
Escrito em 27/11/2025
Em Hong Kong, um incêndio de grandes proporções atingiu um conjunto de prédios gigantes; 44 pessoas morreram, quase 300 estão desaparecidas. As chamas se espalharam muito depressa. Sete prédios do condomínio pegaram fogo. Cada edifício tem 31 andares. Ao longo do dia, imagens mostraram o drama vivido pelos moradores. Uma das vítimas foi um bombeiro que trabalhava no resgate. Eram mais de 700 lutando contra as chamas. Dois meses atrás, a equipe da Globo foi a Hong Kong para gravar uma reportagem especial para o Fantástico sobre a crise de moradia que eles enfrentam. “Hong está empilhando as pessoas. É uma densidade vertical única no mundo”, disse o correspondente Rodrigo Carvalho na reportagem para o Fantástico em 19 de outubro. Não há outro lugar no planeta com tantos arranha-céus. A gente viu de perto o aproveitamento máximo de cada espaço. Os próprios moradores criaram um nome para essas micromoradias: apartamentos-caixão. “Para muitas pessoas aqui em Hong Kong, isso aqui é uma casa. Não sou claustrofóbico, mas está horrível a sensação aqui dentro”, conta o correspondente Rodrigo Carvalho. Espaços minúsculos. Condições muito ruins. A crise se dá na soma de precarização do trabalho e especulação imobiliária. Uma mulher que morava em um dos prédios que pegaram fogo nesta quarta-feira (26) disse que não tem para onde ir. O incêndio foi em edifícios com quase 2 mil apartamentos; 4,6 mil moradores no total. E tem um detalhe fundamental nessa história, que talvez você já tenha reparado: os andaimes em Hong Kong são de bambu. Os prédios que pegaram fogo estavam em reforma. Também por isso, o fogo pode ter se alastrado tão rápido. Usar bambu é técnica antiga. Material flexível, importante em uma região com tufões, como o Ragasa, que atingiu a região no final de setembro. Por outro lado, os bambus espalham o fogo rapidamente. Hong Kong é um dos últimos lugares do mundo que ainda permitem o uso de andaimes de bambu. As autoridades abriram uma investigação para entender o que provocou o fogo. Região semiautônoma da China, Hong Kong não via um incêndio desse tamanho, de nível cinco, o mais grave, há quase 20 anos. Na noite desta quarta-feira (26), a polícia de Hong Kong prendeu três pessoas suspeitas de terem provocado o incêndio acidentalmente. Incêndio em conjunto de arranha-céus deixa quase 300 pessoas desaparecidas em Hong Kong; número de mortos ultrapassa 40 Reprodução/TV Globo LEIA TAMBÉM VÍDEO: Incêndio atinge complexo de arranha-céus em Hong Kong e mata 36 'Hong Kong empilha pessoas': entenda densidade extrema e recorde global de arranha-céus, como o que causou tragédia Veja FOTOS e VÍDEOS do incêndio que atingiu condomínio de arranha-céus em Hong Kong

