MP divulga detalhes de condenações em operações contra corrupção e tráfico em Varginha; penas passam de 26 anos

Escrito em 28/11/2025


Ministério Público divulga detalhes de condenações de duas operações em Varginha O Ministério Público de Minas Gerais divulgou detalhes de condenações resultantes de três operações realizadas em Varginha (MG) envolvendo corrupção, receptação de veículos e tráfico de drogas. Entre os condenados está o ex-delegado de trânsito Antônio Carlos Buttignon, investigado na Operação Calhambeque, e um empresário apontado como integrante de uma organização criminosa que atua em vários estados do país. 📲 Siga a página do g1 Sul de Minas no Instagram De acordo com o Ministério Público, o ex-delegado recebeu R$ 10 mil de propina para impedir a abertura de um inquérito que investigaria crimes de receptação e desmanche de veículos. O coordenador do Gaeco, Igor Serrano Silva, afirmou que a investigação ficou paralisada por nove meses. “O indivíduo responsável pelo galpão ofereceu ao delegado R$ 10 mil para que a investigação não fosse feita e para que um aparelho celular apreendido não fosse analisado. Em razão disso, a investigação simplesmente não foi instaurada”, disse Igor Serrano. Ministério Público de Varginha Reprodução EPTV O ex-delegado também já havia sido condenado em outras fases da Operação Êxodo 23. Somando as penas das duas operações, as condenações ultrapassam 26 anos de reclusão. As decisões ainda cabem recurso, e ele responde em liberdade. Segundo a Polícia Civil, o empresário condenado participa de uma organização criminosa interestadual especializada em uma série de crimes, como roubos, furtos, homicídios e adulteração de veículos. “Existe uma verdadeira organização criminosa que não atua apenas em Minas Gerais, mas também em outros estados, responsável por diversos crimes”, afirmou o delegado Pedro Paulo Marques. Operação Áquila: advogado atuava como informante do tráfico O Ministério Público também atualizou informações sobre a Operação Áquila. Um advogado foi condenado a dois anos e quatro meses de reclusão por atuar como informante de presos envolvidos com o tráfico de drogas dentro do presídio de Varginha. Segundo o coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet), Daniel Ribeiro Costa, as investigações mostraram que o advogado intermediava propinas a agentes prisionais e também levava informações entre integrantes do tráfico. “Esse advogado servia de pombo correio ao tráfico de drogas de presos no presídio de Varginha. Ao final da instrução, ele foi condenado pelo crime de informante ao tráfico de drogas”, informou Daniel Ribeiro. Polícia Civil de Varginha Reprodução EPTV O advogado chegou a ser preso, mas agora responde em liberdade. O Ministério Público recorreu da decisão por entender que a conduta se enquadra no crime de associação para o tráfico, que tem pena mais grave. “Três pessoas foram condenadas. O chefe dessa associação recebeu pena de 17 anos, 8 meses e 17 dias; outro integrante, 3 anos e 6 meses; e o advogado foi condenado a dois anos e quatro meses por intermediar informações”, afirmou Igor Serrano. O que diz a Defesa A defesa do ex-delegado Antônio Carlos Botinhon afirmou que vai recorrer da decisão, alegando que ele sempre atuou dentro da legalidade. Disse ainda que a condenação causa surpresa e inconformismo, mas que confia na revisão da decisão pelo Judiciário. As operações continuam em andamento, e novas denúncias podem ser apresentadas nos próximos meses, segundo o Ministério Público. Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas