Morre recém-nascido de 5 meses que foi retirado vivo do próprio velório no Acre Um recém-nascido de cinco meses de gestação, nascido na noite da última sexta-feira (24) em Rio Branco e dado como natimorto no mesmo dia na Maternidade Bárbara Heliodora, também em Rio Branco , foi retirado do próprio velório no sábado (25) após os familiares abrirem o caixão e verem que o menino chorava. O bebê, que chegou a passar 12 horas dentro de um saco, não resistiu ao estado crítico de prematuridade e morreu na noite do dia 26 de outubro, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. 📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp O caso de grande repercussão ainda é cercado de questionamentos, uma vez que a Polícia Civil segue ouvindo os envolvidos, incluindo a equipe médica plantonista que atendeu a gestante e fez o parto. Abaixo, o g1 reuniu o que se sabe e o que ainda falta esclarecer sobre o caso envolvendo o recém-nascido. Confira, nessa reportagem: O contexto geral da história O que diz a Sesacre Quais as linhas de investigação da Polícia Civil O que aconteceu com a equipe médica Quais são os próximos procedimentos Recém-nascido dado como natimorto chora durante o próprio velório no Acre Gabriel Oliveira/Arquivo pessoal Contexto geral Um bebê de cinco meses de gestação, dado como natimorto na Maternidade Bárbara Heliodora no dia 24 de outubro, já estava sendo velado quando familiares constataram no dia seguinte, momentos antes do enterro, que o menino estava vivo e chorando dentro do caixão após ficar cerca de 12 horas dentro de um saco. A família é de Pauini, no interior do Amazonas, e chegou ao Acre na quinta-feira (23) para dar à luz, já que a mãe estava com quadro de sangramento e precisou ser induzida ao parto. A causa da morte atestada no laudo médico foi hipóxia intrauterina, que é uma condição em que o feto não recebe oxigênio suficiente durante a gestação. Dada a condição grave do bebê, que pesava 520 gramas, não foi possível fazer a transferência para outra unidade de saúde. Desdobramentos seguintes Por meio de nota pública no sábado (25), quando o caso veio à tona, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) disse que os protocolos de reanimação foram seguidos pela equipe multiprofissional e que instaurou uma apuração interna para esclarecer os fatos. O bebê já estava internado desde então. No domingo (26), o órgão atualizou o quadro de saúde e disse que ele estava respirando por aparelhos, dada a gravidade do quadro clínico do menino, atestada pela médica pediatra neonatologista de plantão, Mariana Collodetti, que atendeu o caso no sábado. Na noite de domingo, por volta das 23h, o menino não resistiu e morreu na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal da maternidade, em decorrência de um quadro de choque séptico e sepse neonatal. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). Investigações Após a morte da criança na noite de domingo (26), a Polícia Civil disse, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (27), que instaurou um inquérito para apurar se houve falha médica no atendimento, e não descartou a hipótese de homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. O caso também é acompanhado pelo Ministério Público (MP-AC), que por intermédio da 1ª Promotoria Especializada de Defesa da Saúde, requisitou informações da Sesacre e da Maternidade Bárbara Heliodora. O Conselho Regional de Medicina (CRM-AC) também instaurou uma sindicância para apuração dos fatos, "com o objetivo de verificar as circunstâncias do ocorrido e eventuais responsabilidades dentro dos parâmetros legais e éticos que regem o exercício da medicina". O que aconteceu com a equipe médica A Sesacre assegurou que a equipe responsável pelo atendimento inicial foi afastada para garantir a lisura de todo o processo. O posicionamento também foi definido por meio de nota pública, emitida ainda no sábado (25) pelo governador Gladson Camelí (PP). "Determinei ao secretário de Saúde, o afastamento imediato da equipe médica responsável pela verificação do óbito da criança e instalação de uma investigação minuciosa dos fatos. Os pais e a população não ficarão sem resposta", disse. Na segunda (27), a Polícia Civil disse que a equipe médica da maternidade será ouvida nas próximas etapas da investigação. Próximos procedimentos O diretor do Instituto Médico Legal (IML) de Rio Branco, Ítalo Maia, afirmou que o corpo do bebê passou por exames periciais e que, por lei, ainda não é possível afirmar a causa suspeita da morte. O inquérito policial tem prazo inicial de 30 dias, podendo ser prorrogado caso sejam necessárias novas diligências. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). “É uma investigação onde, se for de fato apurado que houve qualquer tipo de culpa, aí sim talvez fique caracterizado um homicídio culposo. Mas, como eu digo, é muito preliminar”, disse o delegado Alcino Júnior. VÍDEOS: g1
Bebê de 5 meses retirado vivo do próprio velório no Acre: o que se sabe e o que falta esclarecer
Escrito em 28/10/2025
Morre recém-nascido de 5 meses que foi retirado vivo do próprio velório no Acre Um recém-nascido de cinco meses de gestação, nascido na noite da última sexta-feira (24) em Rio Branco e dado como natimorto no mesmo dia na Maternidade Bárbara Heliodora, também em Rio Branco , foi retirado do próprio velório no sábado (25) após os familiares abrirem o caixão e verem que o menino chorava. O bebê, que chegou a passar 12 horas dentro de um saco, não resistiu ao estado crítico de prematuridade e morreu na noite do dia 26 de outubro, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. 📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp O caso de grande repercussão ainda é cercado de questionamentos, uma vez que a Polícia Civil segue ouvindo os envolvidos, incluindo a equipe médica plantonista que atendeu a gestante e fez o parto. Abaixo, o g1 reuniu o que se sabe e o que ainda falta esclarecer sobre o caso envolvendo o recém-nascido. Confira, nessa reportagem: O contexto geral da história O que diz a Sesacre Quais as linhas de investigação da Polícia Civil O que aconteceu com a equipe médica Quais são os próximos procedimentos Recém-nascido dado como natimorto chora durante o próprio velório no Acre Gabriel Oliveira/Arquivo pessoal Contexto geral Um bebê de cinco meses de gestação, dado como natimorto na Maternidade Bárbara Heliodora no dia 24 de outubro, já estava sendo velado quando familiares constataram no dia seguinte, momentos antes do enterro, que o menino estava vivo e chorando dentro do caixão após ficar cerca de 12 horas dentro de um saco. A família é de Pauini, no interior do Amazonas, e chegou ao Acre na quinta-feira (23) para dar à luz, já que a mãe estava com quadro de sangramento e precisou ser induzida ao parto. A causa da morte atestada no laudo médico foi hipóxia intrauterina, que é uma condição em que o feto não recebe oxigênio suficiente durante a gestação. Dada a condição grave do bebê, que pesava 520 gramas, não foi possível fazer a transferência para outra unidade de saúde. Desdobramentos seguintes Por meio de nota pública no sábado (25), quando o caso veio à tona, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) disse que os protocolos de reanimação foram seguidos pela equipe multiprofissional e que instaurou uma apuração interna para esclarecer os fatos. O bebê já estava internado desde então. No domingo (26), o órgão atualizou o quadro de saúde e disse que ele estava respirando por aparelhos, dada a gravidade do quadro clínico do menino, atestada pela médica pediatra neonatologista de plantão, Mariana Collodetti, que atendeu o caso no sábado. Na noite de domingo, por volta das 23h, o menino não resistiu e morreu na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal da maternidade, em decorrência de um quadro de choque séptico e sepse neonatal. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). Investigações Após a morte da criança na noite de domingo (26), a Polícia Civil disse, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (27), que instaurou um inquérito para apurar se houve falha médica no atendimento, e não descartou a hipótese de homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. O caso também é acompanhado pelo Ministério Público (MP-AC), que por intermédio da 1ª Promotoria Especializada de Defesa da Saúde, requisitou informações da Sesacre e da Maternidade Bárbara Heliodora. O Conselho Regional de Medicina (CRM-AC) também instaurou uma sindicância para apuração dos fatos, "com o objetivo de verificar as circunstâncias do ocorrido e eventuais responsabilidades dentro dos parâmetros legais e éticos que regem o exercício da medicina". O que aconteceu com a equipe médica A Sesacre assegurou que a equipe responsável pelo atendimento inicial foi afastada para garantir a lisura de todo o processo. O posicionamento também foi definido por meio de nota pública, emitida ainda no sábado (25) pelo governador Gladson Camelí (PP). "Determinei ao secretário de Saúde, o afastamento imediato da equipe médica responsável pela verificação do óbito da criança e instalação de uma investigação minuciosa dos fatos. Os pais e a população não ficarão sem resposta", disse. Na segunda (27), a Polícia Civil disse que a equipe médica da maternidade será ouvida nas próximas etapas da investigação. Próximos procedimentos O diretor do Instituto Médico Legal (IML) de Rio Branco, Ítalo Maia, afirmou que o corpo do bebê passou por exames periciais e que, por lei, ainda não é possível afirmar a causa suspeita da morte. O inquérito policial tem prazo inicial de 30 dias, podendo ser prorrogado caso sejam necessárias novas diligências. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). “É uma investigação onde, se for de fato apurado que houve qualquer tipo de culpa, aí sim talvez fique caracterizado um homicídio culposo. Mas, como eu digo, é muito preliminar”, disse o delegado Alcino Júnior. VÍDEOS: g1

