Diocese diz que queria 'zelar pela beleza' de pintura que causou briga entre padre e locutor em MG

Escrito em 28/10/2025


Locutor chamado Jésus diz ter sido agredido por padre durante programa ao vivo em Bambuí A Diocese de Luz se manifestou sobre a polêmica envolvendo a restauração da pintura da Santa Ceia no altar da Igreja de Sant’Ana, em Bambuí — a mesma que motivou a briga entre o padre Edson Teixeira e o radialista Jésus Chaves, transmitida ao vivo em um programa de rádio no dia 19 de outubro. Ouça acima. O pintor Jesus Chaves Martins, autor da obra original feita em 1974, disse que não foi consultado pela Igreja sobre a restauração realizada em 2022 e afirmou que o novo trabalho “deturpou” a pintura original, o que, segundo ele, fere seus direitos autorais. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Centro-Oeste de Minas no WhatsApp Em nota enviada ao g1, a Diocese de Luz afirmou que a Igreja Católica tem autonomia para gerir e cuidar de seus bens e espaços de culto, conforme o Código de Direito Canônico. "Assim, as melhorias e adequações realizadas no espaço litúrgico, após escuta e parecer dos órgãos paroquiais competentes, encontram fundamento na legítima responsabilidade eclesial de zelar pela beleza e funcionalidade do culto divino". A Diocese também pontuou que não há registro de tombamento oficial do templo por órgão público e que continuará acompanhando a situação “à luz da verdade, da comunhão e da caridade cristã”. Leia a nota completa mais abaixo. Santa Ceia pintada por artista bambuiense em 1974; obra passou por restauração e foi 'colorida' em 2022 Initial plugin text LEIA TAMBÉM: Entenda como pintura sacra virou motivo de briga entre padre e locutor Jésus Locutor Jésus diz que foi agredido por padre após criticar restauração de pintura sacra: 'Lambuzou uma obra de arte' Locutor chamado Jésus diz ter sido agredido por padre durante programa de rádio Entenda o caso Locutor Jésus diz que foi agredido por padre após criticar restauração de pintura sacra em Bambuí Reprodução/Diocese de Luz - Reprodução/Redes Sociais - Reprodução/YouTube A confusão entre o padre e o radialista ocorreu no dia 19 de outubro, durante a transmissão do programa “Domingão do Jesão”, na Rádio Sucesso FM, em Bambuí. Durante o programa, Jésus Chaves comentava sobre a restauração da pintura da Santa Ceia feita na igreja quando o padre Edson Teixeira entrou no estúdio. O radialista alegou à Polícia Militar ter sido agredido pelo padre durante a transmissão e registrou um boletim de ocorrência. Ele também procurou atendimento médico no Hospital Nossa Senhora do Brasil. A Polícia Civil informou que o caso é tratado como lesão corporal leve e que a investigação só será aberta se o radialista formalizar a denúncia. A pintura que gerou a discussão foi feita em 1974 pelo artista Jesus Chaves Martins, natural de Bambuí e morador do Rio de Janeiro. O trabalho original era em tons neutros e, segundo o pintor, a versão restaurada mudou as cores e as proporções. Ele disse que não foi comunicado sobre a reforma e que o resultado “deturpou” sua obra. Após a repercussão, a rádio informou que está colaborando com as autoridades e que o caso é de foro pessoal, sem relação com a emissora. Na ocasião, a Diocese de Luz havia dito que acompanhava a apuração dos fatos. O que diz a Diocese de Luz sobre a restauração da pintura "A Diocese de Luz vem a público manifestar-se diante de comentários e manifestações recentes relacionados às obras de reforma realizadas na Paróquia de Sant’Ana, na cidade de Bambuí (MG). A Igreja Católica, enquanto instituição dotada de ordenamento jurídico e administrativo próprio, conforme o Código de Direito Canônico, possui legítima autonomia na gestão e cuidado de seus bens e espaços de culto, sempre em vista da promoção do bem espiritual dos fiéis e da dignidade da liturgia. No tocante às referidas intervenções, a Diocese esclarece que não há, até o presente momento, qualquer informação oficial ou documento que reconheça o templo em questão como bem tombado por órgão público competente. Assim, as melhorias e adequações realizadas no espaço litúrgico, após escuta e parecer dos órgãos paroquiais competentes, encontram fundamento na legítima responsabilidade eclesial de zelar pela beleza e funcionalidade do culto divino. A Diocese de Luz, por meio de seus órgãos próprios, continuará acompanhando a situação, analisando todos os elementos envolvidos e oferecendo a devida orientação e encaminhamentos que se fizerem necessários, à luz da verdade, da comunhão e da caridade cristã. Confiamos que este momento seja oportunidade de diálogo sereno, respeito mútuo e renovado compromisso com a missão evangelizadora que une toda a comunidade diocesana". Briga entre padre e locutor de rádio vira caso de polícia em Bambuí VÍDEOS: veja tudo sobre o Centro-Oeste de Minas E