Prédio citado em condenação deixou de ostentar placa da Prefeitura de Sorocaba (SP)
Wilson Gonçalves Jr./TV TEM
O relatório da Polícia Federal que embasou o afastamento do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) da Prefeitura de Sorocaba (SP) e a prisão de duas pessoas, em 6 de novembro, traz citações sobre a participação do empresário Marco Mott, um dos presos na segunda fase da Operação Copia e Cola, na compra de um prédio adquirido pelo município.
A compra apresentou superfaturamento de cerca de R$ 10 milhões, e já há condenação na Justiça em primeira instância. O local deveria ser a sede da Secretaria de Educação (Sedu) da cidade. A investigação dessa operação apura crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa em contratos públicos.
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Para as citações, a Polícia Federal menciona uma reportagem do jornalismo da TV TEM, de 2023, que aponta Mott como uma espécie de "corretor de imóveis" no processo de compra.
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A reportagem também cita intervenção da primeira-dama de Sorocaba, Sirlange Frate, para que o empresário atuasse na questão. Os dois chegaram a visitar prédios que seriam utilizados posteriormente como sede da Sedu.
No documento, a PF lembra que Mott é citado pela reportagem como pessoa próxima a Rodrigo Maganhato e que teria atuado em conjunto na aquisição supostamente irregular de um imóvel pela prefeitura.
Pedido da primeira-dama
De acordo com a reportagem, o pedido para que Mott participasse das negociações partiu da primeira-dama de Sorocaba, Sirlange Maganhato. A reportagem afirma também que, em pelo menos uma oportunidade, Mott e a primeira-dama estiveram juntos em um dos prédios visitados.
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Mott também esteve no prédio que, conforme a Justiça, teve superfaturamento de R$ 10 milhões. O local foi anunciado por menos de R$ 20 milhões, mas foi vendido para a Prefeitura de Sorocaba por quase R$ 30 milhões.
Neste local, que fica no Portal da Colina, o empresário se fez presente, como se fosse um representante da Prefeitura de Sorocaba.
Ele foi visto em duas oportunidades, uma acompanhado do então secretário da Educação, Márcio Carrara, e de outros dois funcionários da Sedu. Depois, novamente, ele foi visto com outra servidora da prefeitura. Neste dia, foram feitas as fotos da vistoria com o valor de R$ 19,8 milhões, que foi retirado do processo.
As defesas de Marco Mott e de Sirlange Frate não quiseram comentar a questão.
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Entenda a operação
Linha do tempo da operação Copia e Cola, da Polícia Federal, que investiga irregularidades na saúde de Sorocaba (SP)
Arte g1
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PF cita participação de empresário Marco Mott, preso em operação, como 'corretor' na compra de prédio superfaturado em R$ 10 milhões
Escrito em 18/11/2025