Torcedor que morreu em Lima antes de final da Libertadores era médico e professor A Autoridade de Transporte Urbano para Lima e Callao (ATU) informou que o ônibus em que estava o médico Cauê Dezotti, morto após bater a cabeça em ponte durante passeio com torcedores do Palmeiras, não era autorizado a fazer transporte turístico e que motorista não tinha habilitação para conduzir esse tipo de veículo. O comunicado, publicado no perfil oficial da ATU no Instagram ainda no sábado (29), aponta que, embora a empresa Solbus Transporte Turístico E.I.R.L. esteja habilitada para prestar o serviço turístico de passageiros, o ônibus em que o médico estava, especificamente, não tinha essa autorização. "[...] A unidade não está autorizada pela autoridade para realizar o serviço de transporte turístico. Nesse sentido, à referida empresa será aplicada a infração TU1, que é sancionada com uma multa de S/ 21.400 (em soles peruanos), que equivale a quatro Unidades Impositivas Tributárias", disse. O documento aponta também que, quando a investigação policial for concluída, o ônibus será levado para em um depósito da ATU. "Soma-se a isso o fato de que, por ser um veículo com mais de 15 anos de antiguidade, a unidade será considerada apta para ser sucateada", afirma. A ATU disse ainda que, após as investigações policiais, ainda poderão ser aplicadas multas. O g1 tentou contato com órgão nesta segunda-feira, mas as perguntas não foram respondidas. Comunicado da ATU nas redes oficiais Reprodução/ATU/Instagram O médico de Limeira (SP) viajou para Lima para assistir à final da Libertadores. O jogo ocorreu no sábado (29) e terminou com vitória do Flamengo sobre o Palmeiras. No dia anterior ao jogo, Cauê participava de um passeio pela cidade que reunia quatro ônibus turísticos de dois andares e estavam transportando torcedores do Palmeiras pelo “Circuito de Playas”. O segundo andar desses veículos é aberto, sem teto. A ATU ainda lamentou a morte do médico após acidente com ônibus de turismo na ponte Bajada de los Baños, no distrito de Barranco. "A ATU lamenta profundamente o ocorrido e envia suas condolências aos familiares e amigos da pessoa que faleceu enquanto se deslocava em um ônibus de transporte turístico pela Costa Verde", acrescenta em trecho da nota. LEIA MAIS: 'Exemplo de humanidade': quem era o torcedor do Palmeiras que morreu em Lima 'Sem condições de assistir ao jogo', diz amigo que acompanhava torcedor Torcedor que morreu em Lima estava pulando em ônibus, diz polícia Relato de outro torcedor Um torcedor que estava em outro ônibus do comboio no qual um médico brasileiro bateu a cabeça em uma ponte e morreu, em Lima, no Peru, na sexta-feira (28), relatou que outras pessoas chegaram a ser atingidas por cabos de telefonia durante o passeio. O torcedor ouvido pelo g1, que pediu para não ser identificado, explicou que parte dos passageiros passou a subir nas cadeiras para conseguir colocar a cabeça para fora do ônibus, na parte de cima. "Todos os torcedores sabiam que tinha risco porque a gente, logo no começo, viu que tinha muitos cabos, cabos soltos de telefone, teve um rapaz que um cabo pegou no rosto dele, ficou marcado no nariz. O outro pegou um pouco na parte de trás da nuca. Isso no começo. E, assim mesmo, a gente, de alguma maneira, assumiu o risco ali, a gente assumiu o risco de estar em pé ali", relatou o torcedor ouvido pelo g1, que pediu para não ser identificado. No ônibus no qual ele estava, que não era o mesmo de Cauê, ele afirmou que houve alertas dos funcionários para não ficarem em pé, mas que parte dos passageiros desobedeceu. "Desde a saída, a mulher estava bem nervosa, a [funcionária] que estava atendendo lá: 'não pode ficar em pé'. E também a gente deixou até garantia lá, de valores e tudo, para a questão de romper as cadeiras e tudo. Então, não sei se o pessoal, 'ah, como tem garantia', e o pessoal meio que relaxou também, de ter subido. Eu também, inclusive, subi em algum momento também, mas tinha muitos cabos baixos, então, isso me assustou", contou. Além disso, segundo ele, o motorista do veículo onde estava avisava sobre obstáculos durante o trajeto. "Foi também traumático pra muita gente, porque foi do nosso lado ali [o acidente]. Poderia ter acontecido comigo também. Quando a gente passou por essa ponte [onde Cauê bateu a cabeça], eu me assustei. O pessoal reagia: 'ah, dá pra passar lá'. Eu falei: 'cara, sai daí, baixa, baixa, porque olha ali a ponte' [...] Eu empurrei até umas pessoas que não deixavam eu baixar. 'Ah, mas eu vou pisar no fulano aqui'. Eu falei: 'cara, pisa, mas o mais importante é não bater a cabeça ali'", detalhou. O caso é investigado pela polícia do Peru. "Segundo referem, os torcedores estavam saltando no segundo nível, não viram que iriam passar por uma ponte e se impactaram contra a ponte", afirmou o chefe da Região Policial de Lima, Enrique Felipe Monrroy, em entrevista a uma rádio peruana. Torcedor do Palmeiras que morreu em Lima era médico de SP Transporte do corpo Está previsto para quarta (3) ou quinta-feira (4) o transporte do corpo do médico. A data ainda é uma previsão, segundo o empresário Roberto Martins, amigo da família. Ele informou que uma funerária de Limeira, no interior de São Paulo, cidade natal de Cauê, foi contratada para realizar o transporte do Peru ao Brasil. Martins detalhou que, na segunda-feira (1º), a funerária vai confirmar a disponibilidade da companhia aérea para o translado. O amigo da família ainda informou que a Embaixada do Brasil em Lima tem prestado apoio no caso. Até a última atualização, o corpo de Cauê estava no Instituto de Medicina Legal de Lima. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que, “por intermédio da Embaixada do Brasil em Lima, tem conhecimento do caso e presta a assistência consular devida”. Ponte contra a qual o torcedor do Palmeiras chocou a cabeça durante passeio Arquivo pessoal Médico, professor e apaixonado pelo time Além de torcedor apaixonado do Palmeiras, Cauê era médico urologista, especializado em cirurgia robótica, e tinha consultórios em Limeira (SP) e Campinas (SP). Ele também era professor da Faculdade São Leopoldo Mandic, em Araras (SP). Cauê era solteiro e não tinha filhos. Em nota, a faculdade destacou que ele era “um profissional exemplar, um docente comprometido com a formação acadêmica e um ser humano de qualidades ímpares”. Em outra homenagem, uma turma de medicina afirmou que Cauê foi “inspiração, acolhimento, exemplo de humanidade e excelência”. Cauê Brunelli Dezotti, de 38 anos, morreu em Lima, no Peru, após bater a cabeça durante um passeio turístico em um ônibus de dois andares Reprodução/Instagram Nas redes sociais, o Palmeiras lamentou o ocorrido e prestou solidariedade à família da vítima. Veja a nota do Palmeiras: “A Sociedade Esportiva Palmeiras lamenta profundamente o falecimento do torcedor Caue Brunelli Dezotti, de 38 anos, que estava em Lima, no Peru, para acompanhar a decisão da CONMEBOL Libertadores, marcada para este sábado (29). De acordo com autoridades locais, o palmeirense foi vítima de um acidente enquanto passeava em um ônibus turístico. Manifestamos nossa solidariedade à família e aos amigos de Caue neste momento de dor e tristeza.” O prefeito de Limeira, Murilo Félix (Podemos), também manifestou pesar em nota: "Hoje recebi, com profunda tristeza, a notícia do falecimento do Dr. Cauê Dezotti, médico de apenas 38 anos que atuava com dedicação e profissionalismo em Limeira. Sua partida tão precoce representa uma grande perda para toda a nossa comunidade. Neste momento de dor, expresso minha solidariedade aos familiares, amigos, pacientes e colegas de profissão. Que Deus conceda força e conforto a todos para atravessar essa despedida tão difícil". VÍDEOS: tudo sobre Piracicaba e região Veja mais notícias sobre a região no g1 Piracicaba
Ônibus onde torcedor morreu em Lima estava irregular e pode virar 'sucata' por ter mais de 15 anos
Escrito em 01/12/2025
Torcedor que morreu em Lima antes de final da Libertadores era médico e professor A Autoridade de Transporte Urbano para Lima e Callao (ATU) informou que o ônibus em que estava o médico Cauê Dezotti, morto após bater a cabeça em ponte durante passeio com torcedores do Palmeiras, não era autorizado a fazer transporte turístico e que motorista não tinha habilitação para conduzir esse tipo de veículo. O comunicado, publicado no perfil oficial da ATU no Instagram ainda no sábado (29), aponta que, embora a empresa Solbus Transporte Turístico E.I.R.L. esteja habilitada para prestar o serviço turístico de passageiros, o ônibus em que o médico estava, especificamente, não tinha essa autorização. "[...] A unidade não está autorizada pela autoridade para realizar o serviço de transporte turístico. Nesse sentido, à referida empresa será aplicada a infração TU1, que é sancionada com uma multa de S/ 21.400 (em soles peruanos), que equivale a quatro Unidades Impositivas Tributárias", disse. O documento aponta também que, quando a investigação policial for concluída, o ônibus será levado para em um depósito da ATU. "Soma-se a isso o fato de que, por ser um veículo com mais de 15 anos de antiguidade, a unidade será considerada apta para ser sucateada", afirma. A ATU disse ainda que, após as investigações policiais, ainda poderão ser aplicadas multas. O g1 tentou contato com órgão nesta segunda-feira, mas as perguntas não foram respondidas. Comunicado da ATU nas redes oficiais Reprodução/ATU/Instagram O médico de Limeira (SP) viajou para Lima para assistir à final da Libertadores. O jogo ocorreu no sábado (29) e terminou com vitória do Flamengo sobre o Palmeiras. No dia anterior ao jogo, Cauê participava de um passeio pela cidade que reunia quatro ônibus turísticos de dois andares e estavam transportando torcedores do Palmeiras pelo “Circuito de Playas”. O segundo andar desses veículos é aberto, sem teto. A ATU ainda lamentou a morte do médico após acidente com ônibus de turismo na ponte Bajada de los Baños, no distrito de Barranco. "A ATU lamenta profundamente o ocorrido e envia suas condolências aos familiares e amigos da pessoa que faleceu enquanto se deslocava em um ônibus de transporte turístico pela Costa Verde", acrescenta em trecho da nota. LEIA MAIS: 'Exemplo de humanidade': quem era o torcedor do Palmeiras que morreu em Lima 'Sem condições de assistir ao jogo', diz amigo que acompanhava torcedor Torcedor que morreu em Lima estava pulando em ônibus, diz polícia Relato de outro torcedor Um torcedor que estava em outro ônibus do comboio no qual um médico brasileiro bateu a cabeça em uma ponte e morreu, em Lima, no Peru, na sexta-feira (28), relatou que outras pessoas chegaram a ser atingidas por cabos de telefonia durante o passeio. O torcedor ouvido pelo g1, que pediu para não ser identificado, explicou que parte dos passageiros passou a subir nas cadeiras para conseguir colocar a cabeça para fora do ônibus, na parte de cima. "Todos os torcedores sabiam que tinha risco porque a gente, logo no começo, viu que tinha muitos cabos, cabos soltos de telefone, teve um rapaz que um cabo pegou no rosto dele, ficou marcado no nariz. O outro pegou um pouco na parte de trás da nuca. Isso no começo. E, assim mesmo, a gente, de alguma maneira, assumiu o risco ali, a gente assumiu o risco de estar em pé ali", relatou o torcedor ouvido pelo g1, que pediu para não ser identificado. No ônibus no qual ele estava, que não era o mesmo de Cauê, ele afirmou que houve alertas dos funcionários para não ficarem em pé, mas que parte dos passageiros desobedeceu. "Desde a saída, a mulher estava bem nervosa, a [funcionária] que estava atendendo lá: 'não pode ficar em pé'. E também a gente deixou até garantia lá, de valores e tudo, para a questão de romper as cadeiras e tudo. Então, não sei se o pessoal, 'ah, como tem garantia', e o pessoal meio que relaxou também, de ter subido. Eu também, inclusive, subi em algum momento também, mas tinha muitos cabos baixos, então, isso me assustou", contou. Além disso, segundo ele, o motorista do veículo onde estava avisava sobre obstáculos durante o trajeto. "Foi também traumático pra muita gente, porque foi do nosso lado ali [o acidente]. Poderia ter acontecido comigo também. Quando a gente passou por essa ponte [onde Cauê bateu a cabeça], eu me assustei. O pessoal reagia: 'ah, dá pra passar lá'. Eu falei: 'cara, sai daí, baixa, baixa, porque olha ali a ponte' [...] Eu empurrei até umas pessoas que não deixavam eu baixar. 'Ah, mas eu vou pisar no fulano aqui'. Eu falei: 'cara, pisa, mas o mais importante é não bater a cabeça ali'", detalhou. O caso é investigado pela polícia do Peru. "Segundo referem, os torcedores estavam saltando no segundo nível, não viram que iriam passar por uma ponte e se impactaram contra a ponte", afirmou o chefe da Região Policial de Lima, Enrique Felipe Monrroy, em entrevista a uma rádio peruana. Torcedor do Palmeiras que morreu em Lima era médico de SP Transporte do corpo Está previsto para quarta (3) ou quinta-feira (4) o transporte do corpo do médico. A data ainda é uma previsão, segundo o empresário Roberto Martins, amigo da família. Ele informou que uma funerária de Limeira, no interior de São Paulo, cidade natal de Cauê, foi contratada para realizar o transporte do Peru ao Brasil. Martins detalhou que, na segunda-feira (1º), a funerária vai confirmar a disponibilidade da companhia aérea para o translado. O amigo da família ainda informou que a Embaixada do Brasil em Lima tem prestado apoio no caso. Até a última atualização, o corpo de Cauê estava no Instituto de Medicina Legal de Lima. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que, “por intermédio da Embaixada do Brasil em Lima, tem conhecimento do caso e presta a assistência consular devida”. Ponte contra a qual o torcedor do Palmeiras chocou a cabeça durante passeio Arquivo pessoal Médico, professor e apaixonado pelo time Além de torcedor apaixonado do Palmeiras, Cauê era médico urologista, especializado em cirurgia robótica, e tinha consultórios em Limeira (SP) e Campinas (SP). Ele também era professor da Faculdade São Leopoldo Mandic, em Araras (SP). Cauê era solteiro e não tinha filhos. Em nota, a faculdade destacou que ele era “um profissional exemplar, um docente comprometido com a formação acadêmica e um ser humano de qualidades ímpares”. Em outra homenagem, uma turma de medicina afirmou que Cauê foi “inspiração, acolhimento, exemplo de humanidade e excelência”. Cauê Brunelli Dezotti, de 38 anos, morreu em Lima, no Peru, após bater a cabeça durante um passeio turístico em um ônibus de dois andares Reprodução/Instagram Nas redes sociais, o Palmeiras lamentou o ocorrido e prestou solidariedade à família da vítima. Veja a nota do Palmeiras: “A Sociedade Esportiva Palmeiras lamenta profundamente o falecimento do torcedor Caue Brunelli Dezotti, de 38 anos, que estava em Lima, no Peru, para acompanhar a decisão da CONMEBOL Libertadores, marcada para este sábado (29). De acordo com autoridades locais, o palmeirense foi vítima de um acidente enquanto passeava em um ônibus turístico. Manifestamos nossa solidariedade à família e aos amigos de Caue neste momento de dor e tristeza.” O prefeito de Limeira, Murilo Félix (Podemos), também manifestou pesar em nota: "Hoje recebi, com profunda tristeza, a notícia do falecimento do Dr. Cauê Dezotti, médico de apenas 38 anos que atuava com dedicação e profissionalismo em Limeira. Sua partida tão precoce representa uma grande perda para toda a nossa comunidade. Neste momento de dor, expresso minha solidariedade aos familiares, amigos, pacientes e colegas de profissão. Que Deus conceda força e conforto a todos para atravessar essa despedida tão difícil". VÍDEOS: tudo sobre Piracicaba e região Veja mais notícias sobre a região no g1 Piracicaba