Homem que fingia ser policial enquanto vivia 'vida de luxo' é condenado a 15 anos de prisão

Escrito em 29/12/2025


Homem vivia vida de luxo enquanto fingia ser policial na Baixada Santista (SP) Polícia Civil/Divulgação Hélcio Aurélio Magalhães, preso em flagrante após fingir ser um investigador da Polícia Civil, foi condenado a mais de 15 anos de reclusão em regime fechado. Ele também perdeu o carro de aproximadamente R$ 500 mil que dirigia quando foi detido em fevereiro de 2024, em Santos, no litoral de São Paulo. A defesa dele já entrou com um recurso contra a decisão em segunda instância. O homem usava documentos de identidade funcional e distintivos falsificados, além de carregar uma pistola 9 mm, anabolizantes, drogas e medicamentos ilegais. À época da prisão, a equipe de reportagem apurou que ele vivia com a família em um apartamento de luxo em Guarujá (SP). ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. Em dezembro do ano passado, ele foi condenado em primeira instância apenas por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, sendo absolvido das acusações de tráfico de drogas, ter em depósito para venda produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais que estejam sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e falsificação de documentos públicos. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Um ano depois dessa decisão, o caso foi julgado pela 8ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), em segunda instância. O acórdão manteve a condenação por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, mas também acrescentou os outros crimes, totalizando a pena de 15 anos, 11 meses e 10 dias de reclusão em regime fechado, além do pagamento de 722 dias-multa. A decisão também determinou a entrega do veículo de luxo apreendido durante a prisão à União. "Irrelevante a comprovação de sua origem lícita, haja vista sua utilização na prática delitiva", conforme relatado no documento. Ainda segundo o acórdão, as provas demonstraram que o homem praticou todos os crimes citados na denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Decisão em primeira instância A juíza Carla Milhomens Lopes de Figueiredo Gonçalves De Bonis, da 3ª Vara Criminal de Santos, considerou que as quantidades de anabolizantes e drogas eram compatíveis com o uso pessoal, e destacou a insuficiência de prova na questão dos medicamentos ilegais. A magistrada acrescentou que a documentação não foi apresentada aos policiais, e sim encontrada durante a busca. O caso foi à segunda instância após o MP-SP recorrer da decisão, destacando os maus antecedentes de Hélcio. A defesa dele também entrou com um recurso, mas solicitando a nulidade das provas oriundas das buscas e uma pena menos restritiva à liberdade. O advogado Eugênio Malavasi, que atua na defesa de Hélcio, afirmou ao g1 que o provimento do recurso do MP-SP contraria as provas e a própria lei. "A defesa já opôs embargos de declaração em face do contraditório e omisso acórdão, visando o restabelecimento da justiça", destacou ele. Homem vivia vida de luxo enquanto fingia ser policial na Baixada Santista (SP) Polícia Civil/Divulgação Relembre a prisão Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), os policiais receberam uma denúncia anônima sobre a comercialização de substâncias anabolizantes ilícitas. As investigações levaram ao carro de luxo do homem, que estava com anabolizantes, drogas e medicamentos ilegais. A abordagem aconteceu na Avenida Martins Fontes, no bairro Saboó, em Santos (SP), no dia 23 de fevereiro de 2024. Na época, a delegada Déborah Lázaro disse que o então suspeito alegou aos policiais que fazia parte da corporação. "Ele falou: 'Espera aí, colegas. Eu sou investigador'. Ele saiu do veículo com a arma, que foi apreendida, sob uma das pernas, estava com o bolachão [distintivo] da Polícia Civil e se intitulando investigador", explicou a delegada em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Globo. De acordo com o delegado Rubens Barazal Teixeira, Hélcio não podia estar armado. "A licença dele como CAC [Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador] está vencida. Evidentemente, não houve a renovação", explicou ele, ainda à época da prisão. VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos