Entrada do BRB, Banco de Brasília, em 18 de novembro de 2025. Reuters/Mateus Bonomi O Banco de Brasília (BRB) multiplicou por seis o valor total dos empréstimos para a alta cúpula da administração do próprio banco, na comparação entre dezembro de 2024 e junho de 2025. A informação foi divulgada pelo jornal "Folha de São Paulo" e confirmada pelo g1. Segundo as demonstrações financeiras do BRB: Em dezembro de 2024, o volume emprestado era de R$ 36,35 milhões; Em março de 2025, o empréstimo já atingia os R$ 66,92 milhões; Em junho de 2025, o total concedido era de R$ 226,58 milhões. 🔎 De acordo com os documentos sobre os empréstimos, a alta cúpula do banco é chamada de pessoal-chave da administração e compreende qualquer administrador: Conselho de Administração, Diretoria Executiva, Conselho Fiscal, Comitê de Auditoria, e parentes. 🔎 Essa modalidade de empréstimos aparece separada nos demonstrativos financeiros dos bancos, justamente para dar transparência às transações com "partes relacionadas" e evitar favorecimentos. A alta nos empréstimos no BRB ocorreu durante a gestão de Paulo Henrique Costa – indicado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) e afastado pela Justiça Federal como parte da Operação Compliance Zero, da Polícia Federal em novembro. O inquérito apura um esquema de venda de títulos de crédito falsos envolvendo o BRB e o Banco Master. Ao g1, o BRB afirmou que não houve condições "distintas das praticadas no mercado" para os empréstimos e que as operações seguem a resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) e as políticas do próprio banco (veja nota completa abaixo). O banco não informou se os empréstimos estão sendo pagos em dia – ou se ainda estão em fase de carência, antes do início da quitação. BC sofreu pressões de políticos para aprovar a venda do Master para o BRB Comparação com outros bancos Em comparação com bancos estatais como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, o ritmo de crescimento dos empréstimos para a alta cúpula do BRB destoa. A Caixa manteve os empréstimos para alta cúpula da administração em torno dos R$ 35 milhões. Já o Banco do Brasil, bem maior que o BRB, não passou de R$ 10 milhões (veja abaixo). Na Caixa: Em dezembro de 2024, foram emprestados R$ 37,98 milhões Em março de 2025, o empréstimo para a diretoria chegou a R$ 38,25 milhões Em junho de 2025, o valor do empréstimo era de R$ 33,61 milhões No Banco do Brasil: Em dezembro de 2024, foram emprestados R$ 9,07 milhões Em março de 2025, o empréstimo para a diretoria chegou a R$ 5,55 milhões Em junho de 2025, o valor do empréstimo era de R$ 5,22 milhões O g1 pediu o levantamento do terceiro trimestre de 2025 para o BRB, mas o dado não está disponível. Na terça (9), o banco enviou um comunicado ao mercado para dizer que as Demonstrações Financeiras de julho a setembro de 2025 só serão divulgadas após a conclusão da operação Compliance Zero. Entenda por que o Banco Central rejeitou a venda do Master para o BRB O que diz o BRB “O BRB informa que observa integralmente a Resolução CMN nº 4.693/2018 e demais normas aplicáveis nas transações com partes relacionadas. O conceito de partes relacionadas abrange não apenas a alta diretoria, mas, também, todas as disposições do art. 2º da Resolução, que incluem controladores, administradores, seus cônjuges e parentes até o segundo grau, além de pessoas e empresas com participação societária qualificada ou vínculos de gestão. Todas as operações seguem a Política de Transações com Partes Relacionadas do BRB, disponível em nossa página de Relações com Investidores. O monitoramento é reportado periodicamente ao Comitê de Partes Relacionadas, ao Comitê de Auditoria Estatutário e à Auditoria Interna. O Banco informa, ainda, que é vedada a celebração de transações em condições distintas das praticadas no mercado ou que possam prejudicar os interesses da instituição, incluindo remuneração desproporcional ao valor gerado. Por força do sigilo bancário, o BRB não comenta casos específicos de clientes.” Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.
Empréstimos do BRB para seus diretores sobem 523% em seis meses e atingem R$ 226,5 milhões
Escrito em 14/12/2025
Entrada do BRB, Banco de Brasília, em 18 de novembro de 2025. Reuters/Mateus Bonomi O Banco de Brasília (BRB) multiplicou por seis o valor total dos empréstimos para a alta cúpula da administração do próprio banco, na comparação entre dezembro de 2024 e junho de 2025. A informação foi divulgada pelo jornal "Folha de São Paulo" e confirmada pelo g1. Segundo as demonstrações financeiras do BRB: Em dezembro de 2024, o volume emprestado era de R$ 36,35 milhões; Em março de 2025, o empréstimo já atingia os R$ 66,92 milhões; Em junho de 2025, o total concedido era de R$ 226,58 milhões. 🔎 De acordo com os documentos sobre os empréstimos, a alta cúpula do banco é chamada de pessoal-chave da administração e compreende qualquer administrador: Conselho de Administração, Diretoria Executiva, Conselho Fiscal, Comitê de Auditoria, e parentes. 🔎 Essa modalidade de empréstimos aparece separada nos demonstrativos financeiros dos bancos, justamente para dar transparência às transações com "partes relacionadas" e evitar favorecimentos. A alta nos empréstimos no BRB ocorreu durante a gestão de Paulo Henrique Costa – indicado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) e afastado pela Justiça Federal como parte da Operação Compliance Zero, da Polícia Federal em novembro. O inquérito apura um esquema de venda de títulos de crédito falsos envolvendo o BRB e o Banco Master. Ao g1, o BRB afirmou que não houve condições "distintas das praticadas no mercado" para os empréstimos e que as operações seguem a resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) e as políticas do próprio banco (veja nota completa abaixo). O banco não informou se os empréstimos estão sendo pagos em dia – ou se ainda estão em fase de carência, antes do início da quitação. BC sofreu pressões de políticos para aprovar a venda do Master para o BRB Comparação com outros bancos Em comparação com bancos estatais como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, o ritmo de crescimento dos empréstimos para a alta cúpula do BRB destoa. A Caixa manteve os empréstimos para alta cúpula da administração em torno dos R$ 35 milhões. Já o Banco do Brasil, bem maior que o BRB, não passou de R$ 10 milhões (veja abaixo). Na Caixa: Em dezembro de 2024, foram emprestados R$ 37,98 milhões Em março de 2025, o empréstimo para a diretoria chegou a R$ 38,25 milhões Em junho de 2025, o valor do empréstimo era de R$ 33,61 milhões No Banco do Brasil: Em dezembro de 2024, foram emprestados R$ 9,07 milhões Em março de 2025, o empréstimo para a diretoria chegou a R$ 5,55 milhões Em junho de 2025, o valor do empréstimo era de R$ 5,22 milhões O g1 pediu o levantamento do terceiro trimestre de 2025 para o BRB, mas o dado não está disponível. Na terça (9), o banco enviou um comunicado ao mercado para dizer que as Demonstrações Financeiras de julho a setembro de 2025 só serão divulgadas após a conclusão da operação Compliance Zero. Entenda por que o Banco Central rejeitou a venda do Master para o BRB O que diz o BRB “O BRB informa que observa integralmente a Resolução CMN nº 4.693/2018 e demais normas aplicáveis nas transações com partes relacionadas. O conceito de partes relacionadas abrange não apenas a alta diretoria, mas, também, todas as disposições do art. 2º da Resolução, que incluem controladores, administradores, seus cônjuges e parentes até o segundo grau, além de pessoas e empresas com participação societária qualificada ou vínculos de gestão. Todas as operações seguem a Política de Transações com Partes Relacionadas do BRB, disponível em nossa página de Relações com Investidores. O monitoramento é reportado periodicamente ao Comitê de Partes Relacionadas, ao Comitê de Auditoria Estatutário e à Auditoria Interna. O Banco informa, ainda, que é vedada a celebração de transações em condições distintas das praticadas no mercado ou que possam prejudicar os interesses da instituição, incluindo remuneração desproporcional ao valor gerado. Por força do sigilo bancário, o BRB não comenta casos específicos de clientes.” Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.